Lenda: A Desgraça Apareceu na Minha Sala
Conforme a crença popular, tudo o que é dito repetidamente pode se tornar realidade. E foi isso que aconteceu com essa mulher. De tanto repetir a palavra “desgraça“, ela descobriu que existe uma entidade no mundo espiritual com esse nome e acabou conjurando um demônio sem querer
.Simara era solteira e infeliz. Para piorar, havia sido demitida do trabalho. Ficou algum tempo recebendo o seguro-desemprego, até que uma amiga lhe conseguiu um emprego de recepcionista em uma loja em Aparecida
. Mas havia um detalhe: ela teria que morar sozinha
pela primeira vez em um quarto alugado no fundo da casa dessa amiga.
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No novo emprego, Simara se adaptou, porém, na nova casa, não. Todas as noites, quando voltava do trabalho, ela sentia um clima pesado
, como se vivesse um inferno astral diário. O momento decisivo que a fez decidir mudar de lá foi quando sentiu alguém tocando em seu ombro
e, ao acordar, viu-se sozinha no quarto trancado.
— Pronto, estou ficando louca — repetiu para si mesma.
Simara resolveu pedir demissão e voltar para sua antiga cidade. No dia da mudança, ela estava tão feliz que nem teve tempo de repetir a “tal palavra”.
Quando estava trancando a porta do quartinho, ouviu um choro vindo de dentro da casa
. Parecia um gato miando. Simara tomou coragem e resolveu investigar
.
Ao abrir a porta, deparou-se com uma mulher raquítica
e banguela, vestida com um trapo velho e sujo, parecendo Dobby, o elfo de Harry Potter.
— Quem é a senhora? Como conseguiu entrar aqui?
A velha chorava copiosamente.
— Eu sou quem você chamava diariamente!
— Hã?! Mas eu moro sozinha — disse Simara, desconfiada.
— Notei que hoje você não me chamou para ir com você, nem falou meu nome — disse a velha, mudando de assunto.
— Mas que diabos é isso? Nunca vi a senhora! — respondeu Simara com ferocidade.
— Esse nome mesmo que você acabou de professar. Esse é o meu nome popular.
— Mas que nome eu disse?!
— Diabo! Mas também sou conhecida pelo apelido de “desgraça”.
Simara saiu correndo desesperada, e enquanto corria, rezava o credo:
— Creio em Deus Pai (…)
Hoje ela já não usa mais essa palavra, talvez “merda”. Mas em algumas noites, ela ainda pode ouvir alguém se lamentando pelos corredores da casa.
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