Feminicídio no Brasil: Até quando?
É denominado feminicídio quando um assassinato é classificado crime de gênero, ou seja, quando o
assassino mata a mulher por ser mulher, esta lei que o qualifica entrou em vigor em 2015. É
alarmante o número de casos que vem ocorrendo em todas as partes do Brasil.
A violência contra a mulher que já é uma rotina nas diferentes classes sociais tem tomado contornos
de tragédia culminando em assassinatos. Quem acompanha os noticiários em todos os meios de
comunicação fica chocado pelos crimes bárbaros praticados, geralmente por parceiros das mulheres,
e os índices devem ser ainda maiores, pois nem sempre são vistos na imprensa ou inseridos nas
estatísticas. Segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), 126 mulheres foram
mortas em razão de seu gênero no país desde o início do ano, além do registro de 67 tentativas de
homicídio. Isso é um sintoma de uma sociedade doente, marcada por homens desequilibrados que
acham que a mulher é um ser inferior atrelado a valores machistas arraigados na sociedade
brasileira.
E parece que com o passar dos anos tal crime vem se banalizando como se fosse normal assassinar
sua namorada ou esposa, o mal cresce em larga escola, fruto da falta de respeito ao próximo e às
leis. E os assassinatos ocorrem de forma mais acentuadas nas classes mais baixas da população. A
existência da Lei Maria da Penha para não ser suficiente para evitar que uma violência doméstica,
por exemplo, termine de forma trágica. Mulheres ainda jovens com toda a vida pela frente, mortas
na frente dos filhos, algumas vezes, em momentos de ciúmes e por motivos fúteis como de um
homem que matou a esposa, apenas porque a televisão estava fazendo barulho pra ele. Assim, não
apenas tiram a vida dela, mas também escrevem uma triste historia de sofrimento para seus
familiares.
É um momento de muita reflexão sobre o tema. Momento de as mulheres perderem o medo de
denunciarem os agressores, de ter voz mais ativa na sociedade e pedir um basta em tanta
impunidade. Onde está a causa dessa violência? A falta de punição e leis mais duras? Leis há, falta
um Judiciário mais atuante e os poderes executivos e legislativos proporem políticas públicas de
combate ao feminicídio. É inadmissível que mulheres com medidas protetivas sejam mortas, que
não contem com espaços seguros. Mas o estado não pode antever quando uma mulher será
assassinada, compete também à mulher conhecer melhor o seu parceiro, quem sabe está dormindo
com o inimigo e não sabe... Inteirar-se sobre sua personalidade, caráter e equilíbrio emocional, além
de saber qual o nível de amor que mostra ter por ela porque depois de uma separação pode ser
tarde demais.
O governo precisa promover campanhas que estimulem a luta das mulheres pelos seus direitos e
valorização destas; necessitamos ter também uma política educacional voltada para o melhor
preparo no sentido psicológico e social do cidadão e por fim usar profissionais do convívio das
mulheres que as ajudem na denúncia do criminoso. Ao primeiro grito de uma mulher e barulhos
estranhos, os vizinhos têm que chamar a policia com intuito de evitar uma provável tragédia.
Queremos crer e torcer que todas estas medidas possam corroborar para uma sociedade mais justa
com respeito às mulheres, propiciando assim, maior mais expectativa de vida que é um direito de
cada uma delas.
Gesiel Marcone
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