À medida que nos aproximamos de Dezembro, torna-se quase inevitável que o nome de Jesus ressoe com mais frequência. As cidades iluminam-se, as vozes falam do seu nascimento e o mundo, mesmo distraído, parece recordar simbolicamente a vinda da Luz ao meio da escuridão.
Mas para além da tradição religiosa, existe uma verdade muito antiga, partilhada por inúmeros povos e culturas: o período do solstício sempre foi visto como o momento em que a luz renasce.
É o instante em que o Sol — a mais antiga representação do Divino — começa a retornar, anunciando esperança, renovação e vida.
Por isso, ao longo da história, muitos Mestres, Avatares e Iluminados foram associados a esta época do ano. Não apenas Jesus, mas também figuras como Horus, Mitra, Krishna, entre outros, foram simbolicamente ligados ao renascimento da luz.
Não por coincidência, mas porque cada um deles, à sua maneira, representava a descida da consciência superior ao mundo humano, o toque do Divino na matéria, a promessa de evolução interior.
Para a Tradição Rosacruz, Cristo não é apenas uma figura histórica: é um Princípio universal, uma Consciência viva que se manifesta sempre que a alma humana se abre à Luz, à Harmonia e ao Amor superiores. Jesus foi o veículo perfeito desse Princípio — mas o Cristo é maior do que qualquer personalidade e vive como possibilidade em todos nós.
A AMORC não possui gurus nem figuras de adoração. Os seus Oficiais são servidores eleitos, e a via rosacruciana é um caminho de liberdade interior, não de culto. A Ordem reconhece, isso sim, que ao longo da história surgiram grandes Iluminados — Lao-Tsé, Buddha, Jesus e outros — irmãos mais velhos da humanidade que, pelo seu avanço espiritual, servem de referência.
Jesus, o Cristo, é visto como um dos maiores desses Mestres, para ser compreendido e integrado. O que Ele alcançou, cada ser humano também poderá alcançar através do autoconhecimento e da expansão da consciência.
Nos ensinamentos rosacrucianos, compreende-se que muitos destes Iluminados estiveram vinculados às antigas tradições iniciáticas que antecedem a moderna Rosacruz, formando um fio contínuo de sabedoria que acompanha a humanidade desde os seus primórdios.
Assim, para os Rosacruzes:
Cristo é a Luz interior; Jesus, o reflexo mais puro dessa Luz.
O caminho rosacruciano não pergunta “quem segues?”, mas quem te tornas.

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