Quando Raul Seixas canta “Eu sou a luz das estrelas, eu sou a cor do luar...”, ele está trazendo para o rock aquilo que Krishna revelou a Arjuna no campo de Kurukshetra: a presença divina em tudo o que existe.
No Bhagavad Gita, Krishna mostra sua forma cósmica, infinita e onipresente. Ele diz: “Eu sou o fogo, eu sou a chuva, eu sou a vida e a morte.” Raul, com seu jeito irreverente, bebe dessa fonte e transforma filosofia milenar em poesia viva, mostrando que o sagrado não está distante — ele vibra em cada átomo, em cada respiração.
A música “Gita” é, na verdade, o grito de uma consciência expandida: a percepção de que somos parte do todo e que o todo também vive em nós. Assim como Arjuna despertou para o dever de lutar sem medo, Raul despertou para a missão de cantar a verdade através da arte.
Por isso, sua canção não é apenas rock — é revelação. É o eco de uma sabedoria antiga atravessando séculos, atravessando culturas, até se tornar voz de um maluco beleza que entendeu que, no fim, tudo é um só.

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