Em muitos comentários, Lúcifer é confundido com Satanás, como se fossem a mesma entidade. No entanto, a tradição esotérica e cabalística mostra outra realidade fundamental:
Lúcifer é o portador da luz, o arquétipo da queda luminosa.
Satanás é o Adversário, a força da oposição que testa a alma em seu caminho espiritual.
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Esta distinção é revelada criticamente nos evangelhos: quando Jesus é tentado no deserto, não aparece o nome de Lúcifer, mas o nome de Satanás. Aqui reside o essencial:
"Satanás não é um ser único e fixo, mas um princípio adversário que adota máscaras diferentes, dependendo da Qliphah em que se manifeste".
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Cada esfera escura projeta um rosto específico da tentação:
Thagirion: O sol negro da glória falsa. Corrompe pela vaidade.
Gamaliel: A miragem do desejo e da ilusão lunar. Engana com fantasias sensoriais.
Samael: O veneno que corrompe a voz interior. Divide a consciência.
Golachab: O fogo destruidor da vontade. Inflama paixões desintegradoras.
Thariron: A prisão imóvel do tempo. Paralisa a evolução.
Cada rosto satânico tem uma função alquímica: expor as fraturas da alma para sua transcendência. Sua tentação nunca é idêntica, mas reveste-se da máscara certa para a fraqueza humana em cada esfera.
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A tentação de Cristo no deserto certifica este princípio:
"Não foi Lúcifer oferecendo-lhe glória e riquezas, mas Satanás agindo como tentador universal, encarnando a oposição necessária para a vitória espiritual".
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Lúcifer permanece como o portador de luz caído, um arquétipo diferente de ambição espiritual fracturada.
Satanás é o adversário múltiplo, o tentador polimorfo cujo teatro de sombras ativa o crescimento da alma.
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"Assim, conhecer as máscaras de Satanás é conhecer o modo como a sombra tenta em cada nível do ser. Toda tentação é um espelho da alma. Só quem conhece a máscara vê a verdade por trás do véu".
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Arte: Artista desconhecido.
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